RAMATÍS: O principal objetivo da pedagogia espiritual é conduzir o homem ao seu aperfeiçoamento angélico, pois em sua intimidade permanece indestrutível a centelha espiritual, que é emanação do próprio Criador. A função do mundo físico, astral e mental, é proporcionar às almas a oportunidade de se tomarem conscientes de si mesmas, pois,
embora elas existam aparentemente separadas, todas são oriundas da mesma fonte criadora.
embora elas existam aparentemente separadas, todas são oriundas da mesma fonte criadora.
Os caprichos, as teimosias, a preguiça, a negligência e os descasos espirituais, que significam os pecados dos seres,Deus os tolera porque representam as fases do processo evolutivo, em, cuja luta heróica eles vão tomando conhecimento de si mesmos e desfazendo-se dos prejuízos e equívocos que retardam a ascese angélica. O homem deve decidir conscientemente sobre aquilo que já o satura na vida transitória material, pois a sua libertação das ilusões da carne deve ser efetuada sem violências ou imposições draconianas, que somente o empurram para a frente, mas não o esclarecem.
Os pecados, que são combatidos e esconjurados por todos os instrutores religiosos, são apenas os equívocos da alma titubeando na sua marcha pelas estradas planetárias. Assim como o jovem estudante reconhece mais tarde e lamenta os erros cometidos nas provas do seu exame colegial, apontados pelo professor, o espírito do homem lastima depois o tempo perdido nos seus equívocos espirituais, tudo fazendo para recuperar-se dos deslizes condenáveis.
Assim como não vos é possível cultivar flores formosas sem que primeiramente sepulteis suas raízes no solo adubado com detritos repugnantes, o espírito do homem também só desenvolve os seus poderes e alcança sua glória angélica depois de fixar-se no seio da matéria inferior dos mundos planetários. Os equívocos, as mistificações e as contradições espirituais de muitos médiuns ainda são frutos dos seus deslizes e imprudências cometidas no passado, quando feriram as mesmas almas que hoje os mistificam e se desforram do Além-Túmulo. A mistificação, nesse caso, é apenas o efeito da Lei do Carma, em que, embora a "semeadura seja livre, a colheita é obrigatória".
PERGUNTA: O médium poderia livrar-se da mistificação com o afastamento dos espíritos mistificadores?
RAMATÍS: Trata-se de um problema que não será solucionado com o simples afastamento dos espíritos mistificadores de junto dos médiuns, de vez que esse afastamentodepende da renovação moral dos médiuns e do seu sinceroperdão àqueles que lhes atuam prejudicialmente. Conforme já vos temos lembrado, as moscas se afastam devido à cura das feridas e não pelo seu incessante enxotamento. Geralmente o médium é mistificado pelos seus velhos comparsas, vítimas ou algozes do passado. Por isso, deve demonstrar a sua sincera humildade e o seu amor àqueles que o ferem, tanto quanto ele os feriu outrora.
Os espíritos adversos, do passado, obtêm maior êxito nasua empreitada malfeitora quando suas vítimas estão oneradas pela mediunidade de "prova", o que lhes toma o perispírito mais devassado para o "lado de cá" e facilita a infiltração obsessiva. Eles procuram incentivar a vaidade, o amor próprio, o capricho, o orgulho, a falsa modéstia e demais defeitos que possam exaltar a personalidade do médium, o qual, muitas vezes, valoriza demais a sua faculdade, deixando-se vencer pelo delírio da auto-suficiência e impermeabilizando-se às intuições benfeitoras do seu guia. Alguns médiuns imprudentes e vaidosos rejeitam quaisquer advertências alheias, assim como confundem a humildade com a sua própria ignorância. Assim tomam-se petulantes e se deixam dominar pelo "puro animismo", pela auto exaltação e não escondem o despeito contra aqueles que ousam duvidar de sua mediunidade.
Não tardam em perturbar a harmonia do ambiente quefreqüentam e o tomam um clima de constrangimento eansiedade, facilitando a divisão entre os menos conhecedores da doutrina espírita. Quando não recebem a lisonja de que se julgam merecedores, ou os demais companheiros subestimam-lhes o prestígio e o teor das mensagens do Além-Túmulo, eles então se mudam com armas e bagagens para outro ambiente espiritista, a fim de encontrar a compensação desejada.
Com essa mudança insatisfeita, que é fruto da inconformação e do anonimato, a faculdade mediúnica perde então a sua fluência natural e domina o animismo incontrolável ou a fascinação sorrateira das sombras. A impaciência, a indisciplina e a desforra terminam por desencorajar os próprios guias do médium, que não podem consumir o seu precioso tempo junto de quem só se preocupa com o seu prestígio pessoal em detrimento do serviço benfeitor ao próximo.
Por: Ramatís - Médium: Hercílio Maes - Do livro: Mediunismo - Editora do Conhecimento
Fonte: Ramatís - Missão de Luz
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